O rei mandou lançar um pregão em como dava a mão da princeza a quem achasse o annel que ella tinha perdido. O rapaz chamou o cavallo branco, que lhe trouxe do fundo do mar o annel, e o rei não lhe queria já dar a mão da princeza. Mas ella é que disse que casaria com elle para que se dissesse sempre — que palavra de rei não torna atraz.
(Eixo — Districto de Aveiro.)
Era uma vez um filho de um rei que era muito amigo do filho de um sapateiro; brincavam sempre juntos, e o principe não tinha vergonha de acompanhar com o filho do sapateiro por toda a parte. O rei não estava contente com aquella confiança, e disse ao sapateiro para mandar o filho para muito longe, dando-lhe muito dinheiro. O rapaz foi-se embora, mas o principe assim que soube d’isto fugiu do palacio e foi por esse mundo além á procura do amigo. Encontrou-o passado algum tempo, abraçaram-se e foram ambos de jornada. Indo mais para diante, encontraram uma formosa menina amarrada a urna arvore. O principe assim que a viu ficou logo muito apaixonado, e perguntou-lhe quem é que a tinha deixado ali. Ella respondeu que não podia dizer nada, mas só pedia que a salvassem. O principe conheceu que ella era de sangue real, e pensou em casar com ella. Pôl-a na garupa do seu cavallo e foram caminhando todos trez. Pernoitaram n’aquella noite em um bosque onde estavam trez cruzes; o principe e a donzella adormeceram, mas o filho do sapateiro deixou-se ficar acordado para o que desse e viesse. Lá por essa noite adiante viu vir tres pombas e pousarem cada uma na sua cruz.
A primeira pomba disse: — O principe cuida que hade