Página:Contos amazonicos.djvu/192

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toda a população da villa uma antipathia mesclada de horror.

Paulo da Rocha era pernambucano, e fóra um dos rebeldes de 1817, um soldado fiel do Capitão Domingos José Martins, o espirito-santense.

Em 1832, os principaes habitantes de Villa-Bella eram portuguezcs ou brazileiros do tempo do rei velho, que se não haviam ainda familiarisado com o novo regimen, e detestavam cordialmente todo e qualquer movimento contra a legalidade estabelecida, mesmo porque o receio das convulsões politicas posteriores á independencia, que ainda perduravam, os trazia em continuos sobresaltos. No terror dos innovadores, associavam toda idéa revolucionaria ás sangrentas carnificinas que deshonravam o solo virgem da nova patria.

A fertil imaginação amazonense fizera do antigo revolucionario um personagem mysterioso, sinistro e perigoso, de cuja alma já estaria de posse o Inimigo, ainda em vida do corpo.

Emprestara-lhe o vulgo uma quantidade enorme de crimes. Diziam as velhas mexeriqueiras, sentadas á soleira da porta por