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Página:Contos e phantasias (Maria Amália Vaz de Carvalho, 1905).pdf/147

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A CIGANA


Quando o gageiro gritou do alto das vergas — terra! — toda a gente que vinha a bordo da galera Terrivel sentiu uma grande e indefinida alegria.

Subiram uns para o tombadilho, outros deixaram-se ficar no convez, e os passageiros da prôa, os mais pobres, encarapitaram-se na amurada; começaram todos a olhar com uma anciedade febril para a facha escura que a pouco e pouco avultava no horizonte.

A viagem tinha sido longa; a galera levára cincoenta dias a chegar do Rio de Janeiro.

Mas, todas essas penas, todo esse aborrecimento que assaltam o viajante que durante dias e dias não vê mais que o céo e o mar, desapparecem