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CONTOS E PHANTASIAS
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— Quer que lhe dê um talisman para entrar no fogo?

Elle envolveu-a em um olhar ardente; depois, baixando a vista, respondeu quasi com violencia:

— Não brinque comigo. Olhe, que me faz muito mal.

Margarida sabia que era amada.

Tambem ella sentia por elle o que nunca sentira, mas não tinha coragem para resistir ás ordens de seu pae.

Por esse tempo andava elle a arranjar o casamento da filha com o conde de V., um moço que tinha nas veias o sangue dos reis godos, e na cabeça a mais crassa estupidez de que ha memoria desde o tempo dos ditos.

Margarida sabia ou suspeitava do caso, mas deixava-se ir n’uma indolencia de crioula á mercê dos acontecimentos da sua vida.

Ao pé de Eduardo sentia-se bem, e quando elle a fixava com o seu bello olhar de ambicioso e de pensador, Margarida esquecia-se de tudo que não fosse a delicia de ser preferida por aquelle homem.