Página:Contos e phantasias (Maria Amália Vaz de Carvalho, 1905).pdf/200

Wikisource, a biblioteca livre
194
CONTOS E PHANTASIAS

para as torres das egrejas que se arrendavam nitidamente no claro céo azul.

Em Lisboa pouco se demorou.

No hotel, alguns amigos quizeram prendel-o ainda, tentando-o com o theatro lyrico, com Cintra e com as poucas fascinações baratas de Lisboa.

Cerqueira resistiu, e n’uma bella manhã, mettido em uma diligencia que partia de Braga, dirigiu-se para Ponte de Lima. Aqui alugando uma cavalgadura endireitou para a aldeia em que nascêra.

A meio caminho apeou-se, despediu o homem que o acompanhara, e deitando ao hombro uma pequena mala que trouxera, encaminhou-se para o seu lugar.

Seriam quando muito duas horas da tarde. O calor era grande. Pouca gente na estrada. Cerqueira parou a contemplar o quadro.

De um dos lados do caminho viam-se algumas raparigas com largos chapéos desabados e saias apanhadas segando herva, á compita, e misturando o seu canto ao metalico e monotono cantar das cigarras...

Do outro lado, um rapazito meio nú, de carapuça,