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A PERCEPTORA


Chamava-se Martha de Vasconcellos.

Era alta, loura, delicada como uma figura de Keepsake.

Uma physionomia suave e infantil que captivava pelo seu encanto inconsciente.

Á primeira vista, nas soirées semanaes do commendador Gonçalves, vestida de branco, com um simples velludo negro nos seus cabellos crespos de um louro fulvo e ardente, parecia uma creança despreoccupada e frivola.

Não o era.

Quem a conhecesse de perto sabia que ella tinha a seriedade precoce dos que já padeceram muito.