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CONTOS E PHANTASIAS
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Vinha tudo isto a proposito de ter estado ha pouco entre nós, vindo embarcar no nosso porto, o general Ulysses Grant, um dos vultos mais importantes da moderna historia.

O apparecimento d’este homem modesto, que foi um heróe, além de ser um grande cidadão, pouca ou nenhuma impressão produziu no espirito dos lisboetas.

Porque, emfim, sejamos justos, o general Grant que direito podia ter á fervida admiração dos seus contemporaneos?

O general Grant não inventou, como o seu patricio Boyton, um apparelho de borracha para andar por cima d’agua; o general Grant não é um palhaço afamado dos que attrahem o High life ao circo Price; o general Grant não tem nem a voz de Manrico ou de Arthur, nem a capa e o chapeu de pluma d’estes cavalheiros; o general Grant não passa de um homem muito vulgar, que salvou o seu paiz na guerra, e que o reconstruiu, desenvolveu, fortificou e engrandeceu durante a paz!

Que significarão estas cousas para quem só gosta de aventureiros e de poseurs?

Nós, porém, é que, lendo que chegara á cidade em que vivemos o ex-presidente dos Estados-Unidos da America, tivemos curiosidade de lançar um relance de olhos, comquanto rapido, sobre a vida