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CONTOS E PHANTASIAS

Alguns amigos do advogado e um parocho d’aquellas circumvisinhanças, reunidos n’um sagrado pensamento, ajustaram entre si dar uma mensalidade a Antonio de Vasconcellos, que a rogos da irmã acceitou aquelles adiantamentos como uma divida que satisfaria mais tarde.

Temos o nosso estudante formado e prompto. Logo que se viu senhor dos titulos alcançados pelo seu estudo e applicação, foi á villa natal agradecer aos que o haviam tão evangelicamente amparado, e, por conselhos de um condiscipulo, dirigiu-se a Lisboa, onde fixou residencia, e entrou a frequentar o escriptorio de um dos advogados de mais renome no fôro da capital.

Ir para a provincia trabalhar como um mouro, estudar como um benedictino; para que? O resultado conhecêra-o elle, que o exemplo lhe fôra mais que manifesto na propria familia. Em Lisboa encontraria campo mais dilatado onde desafogar as suas altas aspirações.

O peior seria o primeiro anno e ainda o segundo, mas depois acudiriam os clientes, e o seu nome