Página:Contos em verso.djvu/186

Wikisource, a biblioteca livre
168
CONTOS BRASILEIROS


Outro convite lá vinha!
E quem é que as enfeitava?
A boa da mulatinha!

Que trabalho isso custava!
Porém que satisfação
Quando, depois de vestil-as,
Dava a ultima de mão,
Co’os alfinetes na bocca,
Ajoelhada no chão!

E, como se fosse pouca
Massada a minha massada,
Pelas duas pagodeiras
Eu esperava acordada,
Porque tinha que despil-as
A’s tantas da madrugada.

Depois, na alcova, tranquillas,
Eu e sinhásinha, a sós,
Deitadas, por ordem sua,
No leito della ambas nós,
Ella, baixinho, com medo
De que lhe ouvissem a voz,

Me revelava em segredo
Quem no baile a requestára,
Qual fôra o seu preferido
E quantas vezes dansára;
E naquellas frioleiras
Levava até manhã clara.