Sobre o rebordo deste
Pôr um objecto que na mão trazia,
E voltar para dentro. O moço investe
Contra o muro. Quer ver! E’ curioso,
E um augmento prevê á sua magoa!...
Risca um phosphoro. Um copo! Um copo d’agua
Dentro do qual fluctúa
Alguma coisa branca... E’ clara de ovo...
Ritinha espera uma abusão do povo —
Que aquelle copo de destino a instrua.
O magoado galan percebe tudo,
E despeja do copo o conteúdo;
Volta á casa, e, do João no gabinete,
Acha penna e papel, traça um bilhete,
Dobra-o bem dobradinho, e num momento
Vae deital-o no copo que ao relento
Ha de a noite passar.
Não ha quem pinte
Da moça o espanto na manhã seguinte,
Quando o seu copo d’agua achou vasio,
Sem esquife, sem cama, sem navio,
Mas co’ um bilhete — oh, céos! caso estupendo! —
Que ella tremendo abriu, e leu tremendo:
«Mulher, por quem de lagrimas, mofino,
O travesseiro confidente ensopo,
Não busques prescrutar o teu destino,
Em clara de ovo dentro deste copo!
Serás feliz, recompensando o affecto