Página:Contos em verso.djvu/252

Wikisource, a biblioteca livre
234
CONTOS BRASILEIROS


Pondo a cidade inteira em alvoroço,
Cortou-lhe o máo intento,
E, como estava apaixonado, o moço
Teve que sujeitar-se ao casamento.

Mas na manhã seguinte,
Por negregado accinte
O Sá (que a tudo um barbaro se afoita)
Da cidade abalou sem dizer nada,
Abandonando a esposa de uma noite,
Casada e não casada!
Nunca se soube ao certo
Si elle achou descoberto
Aquillo que suppunha inexplorado,
Ou si foi simplesmente
Um injusto, um malvado.

Que n’uma forca não padeceria
Castigo sufficiente.
O caso é que daquelle
Dia em diante — angustioso dia,
Cuja lembrança os nervos arrepela! —
Ella não teve mais noticias delle,
Nem elle as teve della.

II

Da janella do quarto em que morava
Entre nuvens de fumo
Que n’um cachimbo sordido aspirava,