Página:Contos fluminenses.djvu/138

Wikisource, a biblioteca livre

adoração; ouvia-a fallar e sentia-se encantado e dominado por um sentimento que não podia explicar.

Era um mixto de amor e de receio.

Magdalena mostrou-se delicada e solicita. Fallou no merecimento do rapaz e na sua nascente reputação, e instou com elle para que fosse algumas vezes visital-a.

Ás 10 horas e meia servio-se o chá na sala. Estêvão conservou-se lá até ás 11 horas.

Chegando á rua o medico estava completamente namorado. Magdalena tinha-o atado no seu carro, e o pobre rapaz nem vontade tinha de quebrar o jugo.

Caminhando para casa ia elle formando projectos: via-se casado com ella, amado e amante, causando inveja a todos, e mais que tudo feliz no seu interior.

Quando chegou á casa, lembrou-se de escrever uma carta que mandaria no dia seguinte a Menezes. Escreveu cinco e rasgou-as todas.

A final redigio um simples bilhete n’estes termos:

« Meu amigo. — Você tem razão; na minha idade crê-se; eu creio e amo. Nunca o pensei; mas é verdade. Amo..... Quer saber a quem? Hei de apresental-o em casa d’ella. Há de achal-a bonita... Se o é!... »