sejão credoras da minha adoração; mas eu é que sou feito de modo que nada mais lhes posso conceder do que uma estima desinteressada.
Emilia olhou para o moço e disse:
— Se não é vaidade, é doença.
— Ha de me perdoar, mas eu creio que não é doença, nem vaidade. É natureza: uns aborrecem as laranjas, outros aborrecem os amores: agora se o aborrecimento vem por causa das cascas, não sei; o que é certo é que é assim.
— É ferino! disse Emilia olhando para Adelaide.
— Ferino, eu? disse Tito levantando-se. Sou uma seda, uma dama, um milagre de brandura... Dóe-me, devéras, que eu não possa estar na linha dos outros homens, e não seja, como todos, propenso a receber as impressões amorosas, mas que quer? a culpa não é minha.
— Anda lá, disse Azevedo, o tempo te ha de mudar.
— Mas quando? Tenho vinte e nove annos feito.
— Já vinte e nove? perguntou Emilia.
— Completei-os pela Pascoa.
— Não parece.
— São os seus bons olhos.
A conversa continuou por este modo, até que se