Página:Contos fluminenses.djvu/291

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meio de aplacar-lhe os ardores amorosos. Gosta do chá que se pella. Gosta tanto como de mim! Mas aquella do urso branco? E se realmente mandou vir um urso?

— Aceita.

— Pois eu hei de sustentar um urso? Não me faltava mais nada!

Adelaide sorrio-se e disse:

— Quer me parecer que acabas por te apaixonar...

— Por quem? Pelo urso?

— Não, pelo Diogo.

N’este momento achavão-se as duas perto de uma janella. Tito conversava no sofá com Azevedo. Diogo reflectia profundamente estendido n’uma poltrona.

Emilia tinha os olhos em Tito. Depois de um silencio, disse ella para Adelaide:

— Que achas ao tal amigo do teu marido? Parece um presumido. Nunca se apaixonou! É crivel?

— Talvez seja verdade.

— Não acredito. Pareces criança! Diz aquillo dos dentes para fóra...

— É verdade que não tenho maior conhecimento d’elle...

— Quanto a mim, pareceu-me não ser estranha aquella cara... mas não me lembro!