Página:Contos fluminenses.djvu/311

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E os dous seguírão conversando como dous amigos velhos.

— Estou prompto a ouvir a sua explicação.

— Lá vai. Sabe o que eu quero? É que seja franco. Não ignora que eu suspiro aos pés da viuva, Peço-lhe que não discuta o facto, admitta-o simplesmente. Até aqui tudo ia caminhando bem, quando o senhor chegou a Petropolis.

— Mas...

— Ouça-me silenciosamente. Chegou o senhor a Petropolis, e sem que eu lhe tivesse feito mal algum, entendeu de si para si que me havia de tirar do lance. Desde então começou a côrte...

— Meu caro Sr. Diogo, tudo isso é uma fantasia. Eu não faço a côrte a D. Emilia, nem pretendo fazer-lh’a. Vê-me acaso frequentar a casa d’ella?

— Acaba de sahir de lá.

— É a primeira vez que a visito.

— Quem sabe?

— Demais, ainda hontem não ouvio em casa de Azevedo as expressões com que ella se despedio de mim? Não são de mulher que...

— Ah! isso não prova nada. As mulheres, e sobretudo aquella, nem sempre dizem o que sentem...

— Então acha que aquella sente alguma cousa por mim?...

— Se não fosse isso, não lhe fallaria.