Página:Contos fluminenses.djvu/313

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cãozinho felpudo que eu lhe dei. Importa-se tanto comigo como com o cachorro... É de proposito. É um enigma aquella moça.

— Pois não serei eu quem o decifre, Sr. Diogo. Desejo-lhe muita felicidade. Adeos.

E os dous separárão-se. Diogo seguio para a casa de Emilia, Tito para a casa de Azevedo.

Tito acabava de saber que a viuva pensava n’elle; todavia, isso não lhe dera o menor abalo. Porque? É o que saberemos mais adiante. O que é preciso dizer desde já, é que as mesmas suspeitas despertadas no espirito de Diogo, tivera a mulher de Azevedo. A intimidade de Emilia dava lugar a uma franca interrogação e a uma confissão franca. Adelaide, no dia seguinte áquelle em que se passou a scena que referi acima, disse a Emilia o que pensava.

A resposta da viuva foi uma risada.

— Não te comprehendo, disse a mulher de Azevedo.

— É simples, disse a viuva. Julgas-me capaz de apaixonar-me pelo amigo de teu marido? Enganas-te. Não, eu não o amo. Sómente, como te disse no dia em que o vi aqui pela primeira vez, empenho-me em têl-o a meus pés. Se bem me recordo foste tu mesma quem me deu o conselho. Aceitei-o. Hei de vingar o nosso sexo. É um pouco de vaidade