Página:Contos fluminenses.djvu/318

Wikisource, a biblioteca livre

Uma manhã, oito dias depois das scenas referidas no capitulo anterior, appareceu Diogo em casa de Azevedo. Tinhão ahi acabado de almoçar; Azevedo subira para o gabinete, afim de aviar alguma correspondencia para a côrte; Adelaide achava-se na sala do pavimento terreo.

Diogo entrou com uma cara contristada, como nunca se lhe víra. Adelaide correu pare elle.

— Que é isso? perguntou ella.

— Ah! minha senhora... sou o mais infeliz dos homens!

— Porque? Venha sentar-se...

Diogo sentou-se, ou antes deixou-se cahir na cadeira que Adelaide lhe offereceu. Esta tomou lugar ao pé d’elle, animou-o a contar as suas mágoas.

— Então que ha?

— Duas desgraças, respondeu elle. A primeira em fórma de sentença. Perdi mais uma demanda. É uma desgraça isto, mas não é nada...

— Pois ha maior?...

— Ha. A segunda desgraça foi em fórma de carta.

— De carta? perguntou Adelaide.

— De carta. Veja isto.

Diogo tirou da carteira uma cartinha côr de rosa, cheirando á essencia de magnolia.

Adelaide leu a carta para si.