Página:Contos fluminenses.djvu/320

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de dôr e de vergonha; a segunda foi o duello... é melhor... eu mato... ou...

— Deixe-se d’isso.

— É indispensavel que um de nós seja riscado do numero dos vivos.

— Póde ser engano...

— Mas não é engano, é certeza.

— Certeza de que?

Diogo abrio o bilhete e disse:

— Ora, ouça: « Se ainda não me comprehendeu é bem curto de penetração. Tire a mascara e eu me explicarei. Esta noite tomo chá sózinha. O importuno Diogo não me incommodará com as suas tolices. Dê-me a felicidade de vêl-o e admiral-o. — Emilia. »

— Mas que é isto?

— Que é isto? Ah! se fosse mais do que isto já eu estava morto! Pude pilhar a carta, e a tal entrevista não se deu...

— Quando foi escripta a carta?

— Hontem.

— Tranquillise-se. É capaz de guardar um segredo? O que lhe vou dizer é grave. Mas só a sua afílicção me faz fallar. Posso affirmar-lhe que esta carta é uma pura caçoada. Trata-se de vingar o nosso sexo ultrajado; trata-se de fazer com que o Tito se apaixone... nada mais.