Página:Contos fluminenses.djvu/321

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Diogo estremeceu de alegria.

— Sim? perguntou elle.

— É pura verdade. Mas veja lá, isto é segredo. Se lh’o descobri foi por vêl-o afflicto. Não nos comprometta.

— Isso é serio? insistio Diogo.

— Como quer que lh’o diga?

— Ah! que peso me tirou! Póde estar certa de que o segredo cahio n’um poço. Oh! muito me hei de rir... muito me hei de rir... Que boa inspiração tive em vir fallar-lhe! Diga-me, posso dizer a D. Emilia que sei tudo?

— Não!

— É então melhor que não me dê por achado...

— Sim.

— Muito bem!

Dizendo estas palavras o velho Diogo esfregava as mãos e piscava os olhos. Estava radiante. Que! ver o supposto rival sendo victima dos laços da viuva! Que gloria! que felicidade!

N’isto estava quando á porta do interior appareceu Tito. Acabava de levantar-se da cama.

— Bom dia, D. Adelaide, disse elle dirigindo-se para a mulher de Azevedo.

Depois sentando-se e voltando a cara para Diogo:

— Bom dia, disse. Está hoje alegre... Tirou a sorte grande?