Página:Contos fluminenses.djvu/330

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Azevedo rio-se a bandeiras despregadas. No fundo achava engraçada a punição premeditada ao pobre Tito.

A visita que Tito disse ter de fazer á viuva n’aquelle dia, não se realisou.

Diogo, que apenas sahíra da casa de Azevedo, sciente das intenções da viuva, fôra para casa d’esta esperar o rapaz, embalde lá esteve durante o dia, embalde jantou, embalde aborreceu a tarde inteira tanto a Emilia como á tia, Tito não appareceu.

Mas, á noite, á hora em que Diogo, já vexado de tanta demora na casa da moça, tratava de sahir, annunciou-se a chegada de Tito.

Emilia estremeceu; mas esse movimento escapou a Diogo.

Tito entrou na sala onde se achavão Emilia, a tia, e Diogo.

— Não contava com a sua visita, disse a viuva.

— Eu sou assim; appareço quando não me esperão. Sou como a morte e a sorte grande.

— Agora é a sorte grande, disse Emilia.

— Que numero é o seu bilhete, minha senhora?

— Numero doze, isto é, doze horas que tenho tido o prazer de ter hoje aqui o Sr. Diogo...

— Doze horas! exclamou Tito voltando-se para o velho.