Página:Contos fluminenses.djvu/342

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— De que, minha senhora ?

Emilia olhou fixamente para Tito e disse:

— De nada!

E levantando-se dirigio-se para o piano.

— Vou tocar, disse ella; não o aborrece?

— De modo nenhum.

Emilia começou a tocar; mas era uma musica tão triste que infundia certa melancolia no espirito do moço. Este, depois de algum tempo, interrompeu com estas palavras:

— Que musica triste!

— Traduzo a minha alma, disse a viuva.

— Anda triste?

— Que lhe importão as minhas tristezas?

— Tem razão, não me importão nada. Em todo o caso não é comigo?

Emilia levantou-se e foi para elle.

— Acha que lhe hei de perdoar a desfeita que me fez? disse ella.

— Que desfeita, minha senhora?

— A desfeita de não vir ao meu convite?

— Mas eu já lhe expliquei...

— Paciencia! O que sinto é que tambem n’esse voltarete estivesse o marido de Adelaide.

— Elle retirou-se às dez horas, e entrou um parceiro novo, que não era de todo máo.

— Pobre Adelaide!