Página:Contos fluminenses.djvu/345

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ti-o, mas tirei delle um proveito; estou salvo. Sei que me não ama.

— Ouvio?

— Tudo. E percebi.

— Que percebeu, meu caro senhor?

— Percebi que a senhora ama o Tito.

— Ah!

— Retiro-me, portanto, mas não quero fazêl-o sem que ao menos fique sabendo de que saio com sciencia de que não sou amado; e que saio antes de me mandarem embora.

Emilia ouvio as palavras de Diogo com a maior tranquillidade. Emquanto elle fallava teve tempo de reflectir no que devia dizer.

Diogo estava já a fazer o seu ultimo comprimento, quando a viuva lhe dirigio a palavra.

— Ouça-me, Sr. Diogo. Ouvio bem, mas percebeu mal. Já que pretende ter sabido...

— Já sei; vem dizer que ha um plano assentado de zombar com aquelle moço...

— Como sabe?

— Disse-m’o D. Adelaide.

— É verdade.

— Não creio.

— Porque?

— Havião lagrimas nas suas palavras. Ouvi-as com a dôr n’alma. Se soubesse como eu soffria!