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CONTOS PARAENSES
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subitamente exhalou um grito, dando um salto para o lado.

Era o respeitavel sr. Bonifacio, que saíndo de traz da mangueira onde occultára-se, desancava a bom desancar o peralvilho que tivéra a lembrança de namorar-lhe a mulher.

Quando Jacyntho saltou para o meio da rua, recorreu o sr. Bonifacio á pouca agilidade que ainda possuía e acompanhou-o, continuando a soval-o fortemente, n’uma agitação febril....

O pobre rapaz gritava dolorosamente. Ninguem acudiu-lhe: todos os vizinhos haviam saído para a missa do gallo.

Quando cançou, quando os braços negaram-se a continuar, o honrado amanuense, despedindo olhares terriveis para todos os lados, disse ao Jacyntho, que achava-se por terra, com os ossos quasi moídos:

— Vá-se embora, seu tratante e tenha mais juiso! Não torne a caír na asneira de namorar moças casadas!

E retirou-se para casa, a cuja porta entreaberta estava Elvira, tranzida de medo.