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dos aparatos de vigilância, infiltração e interceptações telefônicas nos Estados Unidos. O movimento cypherpunk, portanto, pode ser encarado como uma ação “anti-sistema” (aquele promotor de injustiças derivadas da concentração de poder corporativo e governamental) e, antes de querer manter uma “ordem anterior” à Internet, é propositivo em se permitir sonhar com uma mudança estrutural necessária aos sistemas de dispositivos conectados em detrimento da expansão do tráfego de dados pessoais.

Não por acaso, o termo “cypherpunk” merece uma designação própria na taxonomia proposta por Arvind Narayanan[1] para classificar aplicações da criptografia tendo em vista suas finalidades. A classificação reuniria categorias como “crypto for security”, geralmente destinada à proteção de transações eletrônicas e relacionada ao desenvolvimento econômico online; e “crypto for privacy”, que se ramificaria em “pragmatic crypto”, aquela que prevê a manutenção de um nível de privacidade de uma realidade pré-digital, e “cypherpunk crypto”, aquela que vê na criptografia um eixo tecnológico de transformação social e política inexorável.

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  1. NARAYANAN, Arvind. What Happened to the Crypto Dream?, Part 1. IEEE Computer and Reliability Societies, 2013. Disponível em https://is.gd/2bZW4s .