Página:Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto v01.djvu/498

Wikisource, a biblioteca livre

por iíTo vendo as noíTas náos na índia, com a informação que rinha do proveito que delias podiam receber, e ódio, em que os nofibs eílavam com o Çamorij, cada hum defejava de os recolher pêra ii. Donde fe cauíou, que ElRey de Cananor, e os Governadores de Coulão, Reyno que confina com Cochij pela parte de baixo contra o Sul, mandaram íeus menfajeiros a Pedralvares Cabral, pedindo-lhc, que quizcíTe ir a feus portos, porque elles lhe dariam toda a carga de eipeciaria que houveíTc mifter. Aos quaes ellc refpondeo, dando-lhes agradecimento daquelia oíFerta, e boa vontade tque -moftravam ter ás coufas dElRey de Portugal feu Senhor; e podiam fer certos, que vindo elle a Portugal como efperava, o dito Senhor lhes gratificaria a qu elle leu deíejo, como elles veriam na primeira Armada que alli tornaílc. Que ao prefente elle não podia tom.ar carga pola ter já recebido d-ElRey de Cochij, no qual achara muito gazalhado, muita verdade, e poucas cautelas, o que não achara em Calecut, vindo elle primeiro áquelle porto, que a outro algum da índia. Pola qual razão, e aíli pelo proveito que elle trazia, o Çamorij não devera tratar tanta traição como com elle ufou, aconfelhado da fua cubica, e da maldade dos Mouros;, as quaes coufas por