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DA FRANÇA AO JAPÃO
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Apenas os navios ancorarão n’este porto, as salvas de artilheria saudarão os embaixadores Japonezes, e quando desembarcarão forão recebidos pelos dois irmãos do Duque de Pisa, que, em pessoa, os esperou no primeiro degráo da grande escada de Seu Palacio.

D'ahi partirão para Roma, passando por Sienda e Viterbo; e ao entrar na cidade dos Cesares, o Papa lhes enviou ao encontro duas companhias de cavallaria, que reunidas a numerosa guarda de honra mandada pelo Duque Boncompagno davão caracter triumphal a entrada dos representantes da Christandade do Japão na capital do mundo Catholico.

Entretanto o Papa reunia o consistorio para deliberar sobre o modo por que devia receber os embaixadores Japonezes.

Nada faltava a embaixada para ser qualificada Real, e por consequencia, o Soberano Pontifice de accordo com os seus Cardeaes, resolveu que ella fosse recebida com as pompas e esplendores com que naquella epocha os Papas recebião pessoas Reaes.

Assim, no dia seguinte, forão os Principes Japonezes conduzidos a Vinha de Julio III, situada fóra da Porta do Povo, d’onde sahio o cortejo, e que, depois de percorrer as principaes ruas de Roma, foi recebido pelo chefe da Egreja na Sala Real do Vaticano.

Eis, segundo um chronista da epocha, a ordem do cortejo:

« Rompião a marcha, os guardas do Papa a cavallo, todos vestidos com riqueza. Em seguida, vinhão as companhias dos Suissos, e os officiaes e criados dos Cardeaes, os quaes vistião côr violeta, porque estavão na quaresma. Os embaixadores e os Ministros das Potencias estrangeiras, sustentavão magnificência em seus trens de luxo, que erão precedidos por tambores e trombetas; os Camaristas do Papa, os Escudeiros e outros officiaes de Palacio, todos vestidos de vermelho, rodeavão os embaixadores Japonezes que montavão lindos cavallos, cujo pello de um velludo negro fazião sobresahir os bordados de ouro dos arreios.