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DA FRANÇA AO JAPÃO
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qualquer auxilio dos seus amigos, com receio de enfraquecer o brilho da fé que nutria em seu coração.

Oucondono reuniu os officiaes do exercito de que elle era chefe, e declarou que banido das honras que lhe competião, obedecia humildemente as ordens do seu Imperador, porém, esperava que seus companheiros, christãos como elle, persistissem em suas crenças para não manchar a honra do exercito nem perjurar ás santas verdades do christianismo.

O Imperador, irritado pela dedicação de grande numero de militares pela nova religião, mandou de novo publicar um edito, assim concebido, e ordenava ás autoridades do Japão que dessem-lhe completa execução.

«Sendo-nos presente por fieis servidores, membros do nosso conselho, que os religiosos estrangeiros, vierão aos nossos Estados, pregar uma religião contraria as leis do Japão, se atrevendo mesmo a arruinar os templos dedicados aos nossos Kamis e aos nossos Fotocas, ordenamos-lhes que, dentro de 20 dias, deixem o Japão, e se findo este praso, se os encontrar nos nossos Estados, sejão elles punidos como criminosos. Quanto aos negociantes portuguezes, lhes permittimos de aportar aos nossos Estados e ahi permanecerem todo o tempo que os negocios assim exigirem; porém lhes é vedado conduzir qualquer religioso, sob pena de confiscação de seus navios e mercadorias.»

A execução deste edito era impossivel, visto não haver nos portos do Japão nenhum navio com destino ás Indias, o que sendo reclamado pelo padre provincial ao Imperador, foi ordenado por este, que os cento e vinte missionarios, que então existião no Japão, esperarião em Firato, a partida de um navio que devia deixar esse paiz com destino ás índias no fim de seis mezes.

Um outro decreto, que foi publicado em editaes nas ruas e praças do Imperio, prohibia a todos os subditos trazerem cruzes, rosarios ou outros quaesquer signaes do culto christão, e concluia dizendo, que todos perecerião ou mudarião de religião.

Comtudo, apenas chegados os membros da embaixada japo-