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DA FRANÇA AO JAPÃO
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vidas e da nossa liberdade, resolvemos manter as instituições de To-chio-gou.

«Ao principio, dizião-nos que os tratados de commercio serião apenas um grande favor, concedido depois de pedidos reiterados, e feitos com a devida humildade pelos estrangeiros; entretanto, tolera-se em Yokohama estes Yakoninos insolentes, que ousão dizer que estes tratados constituem para elles um direito legal, e annuncião-se representantes das potencias estrangeiras, como se para os barbaros poderem traficar não fosse bastante suas lojas e balcões.

«É, mergulhados em profunda tristeza, que os patriotas ouvem fallar nos systemas de governo das nações estrangeiras, e na concentração do poder na administração do governo.

«Vós, os amigos dos barbaros, vos espuzestes á amargas recriminações; excitastes as desconfianças dos vossos compatriotas.

«As nações estrangeiras terão um Mikado como o nosso e que descende directamente dos deoses?

«Decidistes, dos destinos da patria sem ouvir ao nosso soberano, o Mikado, unico chefe supremo que reconhecemos.

«Não queremos relações com os estrangeiros, a sua presença no Japão não tem razão de ser, e se hoje elles possuem navios movidos pelo vapor em lugar dos morosos barcos de vela, tanto melhor, partirão mais depressa.»

Estes e outros manifestos de linguagem vehemente e resoluta forão o preludio da revolução de 1868, que depois de muitas alternativas, deu ganho de causa ao Mikado apesar do auxilio que os estrangeiros derão ao Taikúno.

Derrubado do governo, os successores de usurpadores que mais de uma vez mancharão-se no sangue para galgarem o poder; as relações estrangeiras se restabelecerão em condições mais cordatas com o direito das gentes; e hoje, o Japão possue estradas de ferro, um extraordinario numero de escolas publicas, academias e escolas especiaes; e o Mikado reina como Imperador, a sua autoridade é moderada pelos differentes