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DA FRANÇA AO JAPÃO

vê e das delicias de que goza; tanto mais, que elle á o melhor interprete, e o mais prudente guia que podemos ter.

Depois do tomarmos um delicioso banho, e de confortarmos nosso estomago, sahimos para vêr a população indigena, e darmos começo as curiosas visitas que tinhamos em mente.

O japonez é agradavel, cortez, sympathico, e de um amor proprio nacional sem limites; assim, na visita que fizemos aos bazares, encontramos a maior delicadeza e probidade da parto dos mercadores japonezes.

Os bazares são verdadeiros musêos, onde o estrangeiro admira toda sorte de productos indigenas, desde o gigantesco vaso de porcellana, até a porcellana chamada casca de ôvo, que é a mais estimada e de um typo todo japonez.

Ahi se encontrão mil objectos de charão, ornamentos de bronze, lindas pinturas sobre sêda, representando formosas e jovens japonezas, vasos de porcellanas do mil fôrmas e desenhos, Emfim, outros muitos objectos que encantão o estrangeiro, e que muito concorrem para augmentar as despezas de uma longa viagem.

É interessante o modo dos japonezes negociarem, e muitas vezes passavamos horas inteiras no interior destes immensos bazares, a perguntarmos o preço de mil objectos, para afinal sahirmos com algumas insignificancias, no valor de alguns bons com esperança do encontrarmos no dia seguinte em um outro bazar, um objecto mais curioso e interessante.

Os japonezes não usão constantemente, como ha alguns annos, os dois immensos sabres que trazem mettidos na banda que lhes cingo a cintura, comtudo, ainda se encontrão, mesmo nas ruas de Yokohama, alguns que parecem verdadeiros cabides de sala de armas: — tal é o numeroso petrecho bellico que carregão.

Em geral, os homens vestem calças muito justas nas pernas e que são occultas por uma larga veste, especie de robe de chambre, munido de grandes mangas de que se servem com vantagem de preferencia aos bolsos; seus pés estão verda-