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DA FRANÇA AO JAPÃO

grande numero de barcos de pesca, com suas próas levantadas e suas velas perpendiculares e feitas com algumas esteiras de pequenas dimensões.

A equipagem compõe-se de seis ou sete Japonezes e duas mulheres, que auxilião os homens nos differentes trabalhos, emquanto que seus filhos se conservão no fundo do barco.

Os pescadores Japonezes apenas cobrem seus corpos com uma cinta ou tanga de estofo cinzento.

A môr parte das barcas trazem pavilhões de diversas cores e formas, que parecem indicar quem os seus proprietarios.

Na parte estreita do porto, passamos perto da famosa ilha de Pappenberg, a Capri do Japão, donde o imperador Yéyas, qual outro Nero – mandava precipitar os christãos depois de amarrarem-lhes os pés ou de abrirem-lhes uma veia importante. Era, assim, que os Neros do Japão mandavão precipitar ao mar os christãos portuguezes e japonezes pelas escarpadas encostas da ilha de Pappenberg.

Apenas o navio americano aferrou, um tiro de peça annunciou aos habitantes de Nangasaki a sua chegada, e, dez minutos depois, entravão a bordo os empregados da policia e da alfandega japoneza, que depois de verificarem os manifestos e as cartas do navio permittirão-nos desembarcar e offerecerão-nos o seu escaler.

Durante alguns minutos que estivemos em companhia de taes funccionarios, notamos a mais exquisita delicadeza e discripção no seu tracto. Elles fallavão perfeitamente o inglez e soffrivelmente o francez.

O porto de Nangasaki tem, aproximadamente, uma legua de comprimento sobre uma milha de largura; a cidade fica no lado direito da entrada, e no fundo do porto elevão-se grandes montanhas, offerecendo uma perspectiva de varios planos, pois, suas encostas são cortadas em largos degráos, sobre os quaes, se cultivão legumes e cereaes. No fundo da cidade, tambem existe uma longa fila de montanhas, das quaes, a mais alta, mede mil e