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DA FRANÇA AO JAPÃO
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degráos, talhados na pedra, sem contar uma pequena viagem de trinta minutos atravez de toda a extensão da cidade.

Esta parte, percorriamos em pequenos carros, cada um puxado por um japonez, que ao trote largo igualava em velocidade a marcha de um cavallo. Chegavamos sempre a nossa residencia extenuados, e só eramos prestaveis para qualquer cousa no fim de meia hora de descanço.

A nossa habitação fòra cedida pelos bonzos do Deus Compirá, e era contigua ao templo; consistia em uma espaçosa sala dividida com os classicos caixilhos de papel em cinco alcovas, sem contar com a sala commum onde faziamos as nossas refeições.

O templo do deus Compirá estava situado sobre a parte mais elevada da montanha, no fim de uma pequena esplanada, limitada em ambos os lados por frondosos bosquetes.

Á entrada, logo que se attingia ao plano, apresentava-se a nossa vista essa alea pittoresca, com seos arcos de pedras, seus tanques d'agua para os devotos fazerem suas abluções; e, no fim, o pequeno templo em forma de chalet que era constantemente visitado, (pelas japonezas especialmente).

O interior do sanctuario era muito acanhado, porem estava decorado com vistosas cores e suas paredes cobertas de promessas e offrendas bem como de muitas imagens de difficil interpretação.

Na parte posterior do templo, via se uma especie de gaiola, isolada, que, segundo dizião os bonzos, era a morada do deus Compird, o protector dos navegantes e que nada mais é senão o deus do tufão representado, sem duvida, por algum Kami ou Fotoca.

Em uma outra elevação, armarão-se as cabanas vindas da Europa e que devião servir para resguardar os nossos bellos instrumentos.

Era interessante vêr se jovens japonezes e japonezas, durante as frequentes visitas ao nosso observatorio.

Admiravão as dimensões das grandes Innetas, cuja utilidade mal comprehendião, miravão-se nos espelhos dos nossos