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DA FRANÇA AO JAPÃO

governo republicano sobre as suas sublimes virtudes de patriotismo e abnegação.

Se fossemos japonezes, seriamos decididos republicanos, porque se o Imperio póde alimentar o vicio, mercadejar com os sentimentos, os mais nobres, de um povo, sem cahir na incoherencia, nem constituir o absurdo, a republica deve ser pura e isenta da desconfiança, sob pena de ser a barregã mais immunda ou a concubina mais incestuosa de seus pais titulares, eleitos, não pelo povo, mas pela intriga, ou pela força; —o mais vil elemento que pode entrar na composição de um systema todo moral.

É pela instrucção que o homem afasta-se do bruto e habitua-se a desprezar a força de seus musculos, que não convence a ente algum, e, quando muito, impelle o miseravel a fazer certo acto momentaneo; pois bem, queriamos vêr no nosso paiz a propaganda da liberdade se fazer com a carta do A B C, e que os republicanos, longe de se prestarem aos caprichos deste ou daquelle partido, constituissem em suas cidades, villas, fazendas, escolas populares, que jámais serião em grande numero para um paiz como o nosso, que conta alguns milhões de habitantes espalhados na vasta área de milhares de milhas quadradas.

No Japão, as escolas são em numero superior a treze mil, e não existe uma só rua em Yedo, Nangasaki e Oosaka, em que se não encontre uma escola publica para crianças de ambos os sexos.

Os alumnos do sexo masculino, que frequentão as escolas publicas, são em numero de 970, 464, e as meninas attingem ao elevado algarismo de 420, 380, o que prefaz o sorprehendente numero de 1, 390, 844 crianças que aprendem a ler, escrever e contar, e recebem uma excellente educação moral.

Já ha dois seculos, existião nas immediações de Miako quatro academias, onde quatro mil jovens recebião uma educação litteraria.

Hoje, conta o Japão mais de dez academias de letras, uma