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CAPITULO XVII

 
O «Neva» — Chegada a Shangai. — As concessões estrangeiras. — A cidade chineza. — A criação dos peixes dourados na China. — Um jantar no consulado francez. — Uma parisiense na China. — O duque de Penthièvre.


Já longe das costas do bello paiz que acabavamos de deixar, um terrivel temporal nos accommetteu, e durante o trajecto das 450 milhas, que separão os dois imperios, fomos bruscamente embalados a bordo do Neva, immenso navio de pinho de dois altos andares e que navegava pelo impulso de uma poderosa machina de balancim.

Máo grado as grossas vagas, que a todo instante quebravão-se contra o bombordo do Neva, chegamos á florescente cidade de Shangai com cincoenta e quatro horas de viagem, ao cahir do dia; e, apezar de ser já noute, obtivemos permissão para desembarcar depois de terem sido nossas malas sujeitas a formal exame, pelos empregados da alfandega dessa cidade. Soubemos que só no fim de doze dias deveria partir para França um velho navio das Messageries chamado no tempo