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DA FRANÇA AO JAPÃO

aporta a essa cidade, encontra todos os objectos indispensaveis de uso europêo, e uma sociedade escolhida e amavel que o faz crer em algumas das cidades situadas na margem do Rheno.

Sobre o cáes de Shangaï, vê-se edificações modernas e de imponente architectura, que são occupadas pelos bancos, escriptorios e pelas principaes casas de venda da cidade.

Em toda a extensão do cáes, existem pontes e docas para a descarga dos navios, e no centro, eleva-se o edificio da repartição fiscal da alfandega chineza que está sob a direcção de um agente do Sr. Hart.

Em uma avenida, parallela ao cáes, e que é orlada por bellas e comadas arvores, encontrão-se as casas de venda a retalho, sendo a maxima parte pertencente aos chins.

Nestas lojas, vendem-se todos os objectos de uso domestico na China, comprehendendo os objectos de luxo e de elevado preço. O charão, as obras d’arte em bronze e a porcellana abundão por toda parte: nas portas, sobre o balcão, em largas e altas prateleiras, dispostas em fórma de degráos; e o conjuncto destes objectos apresenta o aspecto de um verdadeiro musêo de curiosidades.

O marfim é trabalhado com arte pelos chins, e ainda que vissemos na India meridional grandes pedaços desta substancia, representando elephantes e os deoses indianos, comtudo, é na China que se encontrão grandes modelos de graciosas embarcações, de bem ornados palacios; – tudo apresentando tal minudencia, de que só os chins, pela paciencia com que trabalhão, são capazes.

Alguns dias depois da nossa chegada á Shangaï, partimos em carro puchado por dois fogosos cavallos australianos, em direcção a escola dos jesuitas, situada ou Si-Ka-Waii.

Durante o trajecto de algumas leguas, só vimos largos e extensos campos, que deverão ser chamados os campos dos mortos: tal é o numero de tumulos que nelles se achão espalhados.