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DA FRANÇA AO JAPÃO

da chegada, visitar as principaes ruas da cidade e irmos pernoitar em um hotel regular que ahi se encontra.

Apenas desembarcamos, tomamos um pequeno carrinho, puchado por dous briosos cavallos, para nos conduzir a cidade, a qual fica distante do desembarque de tres a quatro kilometros. Era então já noite e durante esta viagem um esplendido espectaculo se apresentou a nossos olhos: milhares de pyrilampos illuminavão por instantes e alternativamente o carrinho o tal era a quantidade que as arvores brilhavão em todos seos pontos, e fomos obrigados a abotoar nosso casaco afim de que estes insectos não penetrassem pelas dobras e aberturas das nossas vestes.

Nas noutes de calor, como as que passamos em Cincapura, observa-se este phenomeno em uma grande extensão desta região, porém estes insectos desapparecem em poucos dias desde que a temperatura refresca. Parece que sua existência só é compatível com uma temperatura mais ou menos constante e que a menor modificação causa-lhes a morte.

Cincapura é actualmente uma das cidades mais commerciaes da Asia e muito importante pelo seu commercio com alguns paizes dos mares do Sul.

É para ahi que afflue grande numero de navios de vela carregados com productos indigenas de Ceylão, Madrasta, Calcutá, Gôa, Pondechery, Bombay, Batavia, ilhas Phylippinas, Reino de Sião e de outros muitos pontos da Asia, comprehendidos os da China e Japão.

Cincapura é o grande armazem europeu na Asia; exporta os productos da Europa como sejão o ferro, zinco, pannos de lã, productos chimicos; e em troca, recebe a sêda, o charão, o papel da China, a camphora, a canela, a pimenta, o dente de elephante, o cravo da índia, as noses-moscadas, a tartaruga e mil outros objectos tanto da Asia como da Oceania.

A cidade de Cincapura foi fundada no começo deste século pelos hollandezes, que a cederão á Inglaterra por conveniencia de seus proprios interesses na Batavia. Comtudo, suscitarão-se