Página:Da França ao Japão (1879).djvu/97

Wikisource, a biblioteca livre
74
DA FRANÇA AO JAPÃO

para venderem curiosidades da ilha, ora vão pelas casas dos residentes europêos offerecerem certos objectos de uso domestico.

Entre outros objectos vimos bem trabalhados cestos de palha, trabalhos em marfim, representando elephantes e estatuas dos deoses indianos, lenços de seda muito apreciados pelos tomadores de rapé, e bengalas feitas com junco da India e artisticamente esculpidas.

Os mais perfeitos juncos se encontrão em Cincapura e seo preço é algumas vezes elevado.

Sahimos á tarde do dia seguinte ao da chegada á esta cidade, e quando o Ava descia o rio vimos sobre as margens alguns crocodilos de um a dois metros de comprimento, que ahi andão aos bandos e se reproduzem de um modo espantoso.

Quando entramos no Oceano os ultimos raios do sol douravão as altas Costas de Malacca, e horas depois, um céo estrellado e sereno nos fez lembrar do que cobre o solo patrio. Estavamos apenas dois gráos acima do equador; até então, o Ava dirigira sua marcha para o Sul, agora, mudando de rumo, dirigia-se a Saïgon, capital da Cochinchina franceza.

Em menos de tres dias ganhamos a entrada do rio Saïgon, em cuja margem esquerda eleva-se a aristocratica capital da colonia.

É muito pittoresca a capital da possessão franceza e as suas modernas edificações, espalhadas nos arrabaldes da cidade com grandes chacaras e bellos jardins, parecem-se com as villas italianas, pelo gosto de sua architectura e conforto interior.

Ao desembarcarmos entramos em um largo boulevard com suas casas de commercio europeo e chinez, e onde encontramos um pequeno restaurant, que foi immediatamente invadido pelos passageiros do Ava.

As ruas transversaes são occupadas pelo commercio chinez e habitadas por alguns annamitas, que são aborigenes desta região.

Encontra se nesta cidade toda sorte de objectos de uso europêo, e as lojas ou armazens os vendem por preços relativamente baratos.