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DA FRANÇA AO JAPÃO

A administração militar n'esta colonia, é a que mais convem aos interesses da França. Algumas tribus selvagens habitando ao norte de Saïgon perturbão em suas excursões o socego da colonia e torna-se então necessário repellil-as, para as suas brenhas, pelas armas.

Ultimamente, poude o governador convencel-os de que devião cultivar o rico solo d'esta região, e com effeito, plantão e cultivão actualmente o arroz, o algodão, o fumo, a canna de assucar e o trigo da Turquia; comtudo, o trabalho da lavoura é mal feito e as colheitas se perdem muitas vezes por falta de cuidado ou indolencia d'estes selvagens.

As tribus principaes são: as dos Ba-hnars, dos Se-danz, dos Ro-ngão, dos Ia-raï e dos Ha-long, que aborigenes como os annamitas differem entretanto d'estes, pelos costumes e pelos dialectos que fallão.

Os Se-danz habitão as montanhas ricas em minerios de cobre e de ferro, e occupam-se, em geral, do fabrico de ferramentas e instrumentos agricolas.

Os Ba-hnars occupão-se na fabricação de um estofo que serve para cobertas, fabricão cachimbos esculpidos e explorão uma especie de caneleira das suas florestas cujo producto é muito estimado. Os Ha-long occupão-se em explorar os terrenos auriferos e finalmente os Ia-rai e os Ro-ngão são caçadores e vivem do commercio de marfim, chifres de rhinocerontes, etc.

O governo entre elles é patriarchal; cada aldeia é independente, forma uma republica separada e cujo chefe é um dos seus mais idosos habitantes.

Algumas vezes, estas aldeias se declarão guerra por qualquer motivo, e quando uma d'ellas é vencida, os vencedores escravisão seus habitantes e os vendem ás outras tribus.

Os seus costumes são simples e puros, o furto e o roubo são completamente desconhecidos n'estas tribus.

O suicidio é considerado acto covarde, e aquelles que voluntariamente se deixão morrer, são enterrados á parte e sua memória é detestada.