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Santo Agostinho

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14.Adeodatus - Videtur mihi, quod dubitationem significet; iam dubitatio ubi nisi in animo est?

15.Augustini - Áccipio interim; persequere ceteral

16.Adeodatus - «Nihil» quid aliud significat nisi id, quod non est?

17.Augustini - Verum fortasse dicis, sed revocat me ab assentiendo, quod superius concessisti non esse signum, nisi aliquid significet; quod autem non est, nullo modo esse aliquid potest. Quare secundum verbum in hoc versu non est signum, quia non significat aliquid, et falso inter nos constitit, quod omnia verba signa sint aut omne signum aliquid significet.

18.Adeodatus - Nimis

quidem urges, sed quando

14.Adeodato — No meu entendimento o si significa dúvida e, esta senão na alma estaria?

15.Agostinho - Por ora aceito, quanto ao mais continuemos!

16.Adeodato - Nihil, qual outro significado senão o que não existe?

17.Agostinho — O que concedes uma possibilidade seria, mas dela me impede concordar, que o não existente não possa de nenhum modo ser algo, e não seria signo aquilo que algo não significasse, no que resulta a segunda palavra do verso não ser signo, posto nada signifique. Assim, erramos ao concordar que todas as palavras seriam signos ou que todo signo algo significasse.

18.Adeodato — Acuas-me

demasiadamente[1]. Mas

  1. Cabe notar a tônica da dialética socrática levada a cabo entre pai e filho, a qual aparece sobrenadante ao longo de todo o discurso, e, pela qual, Agostinho frequentemente faz, provocações ao filho, muitas vezes concluindo pelo reverso do desejado, com o propósito único de confundir o filho e provocá-lo a uma reação. No texto anterior, Agostinho admite não concordar com o filho e assume estar impedido de fazê-lo, e que ambos erraram ao acordarem que todas as palavras fossem signos. Este contexto me levou a traduzir Nimis quidem urges por Acuas-me demasiadamente, porque denota a clara intenção do pai, de que Adeodato não encontrasse uma alternativa fácil.