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De Magistro


non habemus quid significemus, omnino stulte verbum aliquod promimus; tu autem nunc mecum loquendo credo quod nullum sonum frustra emittis, sed omnibus, quae ore tuo erumpunt, signum mihi das, ut aliquid intellegam. Quapropter non te oportet istas duas syllabas enuntiare dum loqueris, si per eas non significas quicquam. Si autem vides necessaram per eas enuntiationem fieri nosque doceri vel commoneri, cum auribus insonant, vides etiam profecto, quid velim dicere, sed explicare non possim.

19.Augustini - Quid igitur facimus? An affectionem animi quandam, cum rem non videt et tamen non esse invenit aut invenisse se putat, hoc verbo significari dicimus potius quam rem ipsam, quae

nulla est?

entenderás o que eu quero dizer e não consigo explicar porque ao não encontrar o significado, proferir qualquer interpretação insensato seria. Tu agora, comigo falando, creio, não emitir nenhum som em vão, todavia, como todos os que expressa oferece-me como signo para que algo eu entenda. Não mencionaria essas duas síbalas se não quisesses algo significar; compreendes, portanto que com elas existiria uma informação e que ao soar em meu ouvido produziria um ensino ou algo me faria rememorar.

19.Agostinho - Então, o que faremos? Se da palavra (nihil), se descobre ou se supõem que nada permaneça, mas que poderíamos afirmar ser significada em face de certa disposição da alma[1], mesmo

quando a coisa não exista?

  1. Traduzi affectionem animi por certa disposição da alma, porque Agostinho está apresentando a Deodato a diferença entre os significados visíveis (extramentais) e os internos disponibilizados na mente (espirituais), e em face do que descrevi no capítulo 2.9, na qual a alma se apresenta como a conexão entre o mundo visível e invisível.