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Santo Agostinho

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4.Augustini - Num colorem corpus dicimus an non potius quandam corporis qualitatem?



5.Adeodatus - Ita est.

6.Augustini - Cur ergo et hic digito demonstrari potest? An addis corporibus etiam corporum qualitates, ut nihilo minus etiam istae, cum praesentes sunt, doceri sine verbis possint?

7.Adeodatus - Ego cum corpora dicerem, omnia corporalia intellegi volebam, id est omnia, quae in corporibus sentiuntur

8.Augustini - Considera tamen, utrum etiam hinc

aliqua tibi excipienda sint!

4.Agostinho — Acaso dizemos que a cor seria algum material[1], ou que poderia ser certa qualidade deste?

5.Adeodato — Sim, poderia.

6.Agostinho - Por quais razões a cor com o dedo poder-se-ia mostrar? Ao adicionar os predicados aos materiais e, estando eles presentes sem alterar suas características, sem palavras ainda poder-se-ia ensinar?

7.Adeodato — A mim, ao ouvir materiais, entendo tudo o que seria consentido materialmente, ou seja tudo aquilo pelo corpo sensoriado.

8.Agostinho - Todavia, consideres se aqui não existe

alguma exceção[2]!

  1. A palavra latina corpus surge em oposição à alma, mas, neste caso, carrega a ideia de ser algo ligado apenas aos cinco sentidos naturais e orgânicos, isto é, se refere a corpos físicos, o que me levou a traduzi-la por materiais.
  2. Agostinho está a referir uma passagem bíblica: “Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis (MATEUS 13:14).