- Pronto patroa, prontinho.
No fim do quinto dia ele fazia tão bem o papel de banhista de opereta, que ela lhe disse o nome. Era Alda Pereira, brasileira, do sul, tinha vinte e sete anos, e um protetor sério, o senador Eleutério, que a tomara depois da separação do marido. Dizia essas coisas naturalmente, aprendendo a nadar.
- Ai! não me afogues, rapaz. Morrer aos vinte e sete anos...
Ou então:
- Palavra de rio-grandense e de Alda Pereira que aprender a nadar custa!
Ele sorria queria levá-la para longe.
- Não, que o senador Eleutério pode saber; e eu, meu filho, depois que me separei do meu marido, tenho muito medo do ciúme...
Uma suave intimidade brotava aos poucos daquela hora de banho.
Ele procurava termos vulgares, copiava o rir dos outros, dizia coisas grossas com um ar ingênuo, o seu tom de analfabeto, e ela parecia ter cada dia mais confiança. Já se encostava ao seu ombro, já lhe agarrava o pulso potente de certo modo. Uma vez perguntou-lhe:
- Você, um rapaz inteligente, por que não muda de vida?
- Para que, signorina? Aqui vivo, aqui hei de morrer...
- Criança! E não tem aspirações?
- Não, signorina!