PEDRO ALVES - Como dois pombos.
CLARA - Como dois pombos ridículos! Gosto de ouvi-lo com essas recriminações. Quem o atender, supõe que se casou comigo pelos impulsos do coração. A verdade é que me esposou por vaidade, e que quer continuar essa lua de mel, não por amor, mas pelo susto natural de um proprietário que receia perder um cabedal precioso.
PEDRO ALVES - Oh!
CLARA - Não serei um cabedal precioso?
PEDRO ALVES - Não digo isso. Protesto, sim, contra as tuas conclusões.
CLARA - O protesto é outro hábito do parlamento! Exemplo às mulheres futuras do quanto, no mesmo homem, fica o marido suplantado pelo deputado.
PEDRO ALVES - Está bom, Clara, concedo-te tudo.
CLARA (levantando-se) - Ah! vou fazer cantar o triunfo!
PEDRO ALVES - Continua a divertir-te como for de teu gosto.