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O batalhão de São Paulo [1]


Os briosos soldados que voltam da luta são dignos do entusiasmo com que o povo os recebe.

Quando, em princípio de setembro, chegamos a Queimadas, eu já sabia que o batalhão paulista chegara a Canudos realizando uma marcha brilhante e rápida. Em Queimadas, a opinião unânime dos habitantes daquela cidade traduzia-se num elogio constante ao procedimento da força deste Estado durante o tempo em que ela ali esteve.

Nem uma vez discordante perturbava essa manifestação absolutamente sincera e franca, que ainda perdura e persistirá por muito tempo.

Em Monte Santo (enuncío um fato que me foi exposto pelas pessoas mais sérias da localidade) a população inteira ficou verdadeiramente surpreendida ante a entrada corretíssima de um batalhão, que acabava de realisar uma marcha de dezeseis léguas e ali chegava, em forma, numa ordem admirável, como se fôsse tranquilamente para uma simples revista.

Quando segui para Canudos com o heróico regimento do Pará, encontrei uma ala da nossa força já próximo não termo da viagem. Foi entre Sussuarana e Joá, na estrada do Calumbi, havia pouco descoberta pelo tenente-coronel Siqueira de Menezes, trabalho notável que contribuiu muitíssimo para apressar o termo da luta,


  1. Publicado em O Estado de S. Paulo, 26 outubro de 1897.