nário, o Dr. Brandão? Eu imagino se não o desalento profundo a tristeza enorme que o assalta.
Felizmente a geração heróica de 15 de novembro está ainda robusta e, ao que parece, pouco disposta a deixar que extingam a sua mais bela criação.
Procurando ser otimista (difícil coisa nestes tempos maus!) vejo nesta situação dolorosa um meio eficaz para ser provada a fé republicana. Não achas que ela resistirá brilhantemente — emergindo amanhã, rediviva dentre um espantoso acervo de perigos? Eu creio sinceramente que sim.
Adeus. Dê por mim um abraço em nossos amigos Dr. Brandão e Bernardo Veiga; um aperto de mão em todos os correligionários — e dispõe de quem é com estima real am° e adm°.
Euclides da Cunha
Rua Santa Isabel, 2 [1]
São Paulo, 1 de abril de 1897.
João Luís
Desejo-te saúde e felicidade — assim como a toda a família.
Recebi a tua carta e respondo-a prontamente — exemplo digno de ser seguido. É escusado dizer, considerando o assunto capital de que tratas — que estamos afinados pelo mesmo diapasão.
Compreendo a situação como a compreendes e alentam-me as mesmas esperanças. Entretanto assalta-me profunda tristeza: é ver sobre a débaclê material de tudo neste país, a débaclê gravíssima de coisas que em geral se conservam intactas no meio das maiores catástrofes. O que me impressiona não são as derrotas — são as derrotas sem combate — em que o chão fica vazio de mortos e o exército se transforma num bando de fugidos!
- ↑ À margem: “Quando vens até cá?”.