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Antonio Caetano Villas-Boas da Gama — Filho do capitão-mór Manoel da Costa Villas-Boas e de dona Quiteria Ignacia da Gama, e irmão do insigne poeta José Basilio da Gama, de quem tratarei adiante, nasceu em S. João d'El-Rei, provincia de Minas Geraes, a 8 de julho de 1745, ou de 1738 como dizem alguns, e falleceu a 11 de outubro de 1805.

Foi presbytero do habito de S. Pedro, doutor em canones, vigario collado da freguezia de Nossa Senhora do Pilar de S. João d'El-Rei, insigne orador sagrado e poeta, como seu irmão.

Escreveu:

Muitos sermões — sobre diversos assumptos e invocações, que entretanto desappareceram depois de sua morte, assim como

Muitas poesias — que, segundo sou informado, rivalisavam com as de José Basilio.


Antonio Camargo Pinto — Natural de Coritiba, capital da provincia do Paraná, nasceu em 1857 e falleceu no Rio de Janeiro a 3 de março de 1883, victima de uma nephrite.

Era empregado no commercio da côrte como guarda-livros da casa de Pedro Bernardes & Irmão, dedicando ao cultivo das lettras as horas que lhe restavam de seus trabalhos de escripturação mercantil.

« Antonio Camargo, diz a Gazeta da Tarde de 5 de Março deste anno, era um moço distincto pelas suas qualidades pessoaes, e pelo talento, de que offereceu as mais bellas provas em muitas composições publicadas em differentes jornaes desta capital. A sua morte prematura não lhe deu tempo para colleccionar e legar um livro á litteratura patria; mas os seus trabalhos dispersos são mais que bastantes para attestar que a perda do inspirado poeta é um eclipse sensivel na pleiade de representantes da mocidade, que illumina o caminho das lettras nacionaes, e lhe presagiam dias de gloria.

De suas innumeras composições poeticas citarei:

Gilliat ( des Operarios no mar de Victor Hugo) offerecido a D. Inah Yopes — E' uma poesia de 31 oitavas rimadas. Vem no Atirador Franco, anno 1º, n. 11.

Um santuario, offerecido ás Exmas. Sras. DD. H. e E. Lessa — Idem n. 20.

Salve! ao dia 24 de Abril — assignado por Juvenal Terencio, na mesma revista, n. 17.

A victoria — idem, idem, n. 22.

Ha muitas poesias e artigos em prosa de sua penna nesta e n'outras revistas e collecções. Redigiu :

O domingo: orgão dos empregados do commercio. Rio de Janeiro, 1878 e 1879, in-folio.