Página:Diccionario Bibliographico Brazileiro v1.pdf/20

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Innocencio da Silva, os dous escriptores, que na lingua portugueza mais desenvolvidamente se occuparam de assumpto igual; não ha quem desconheça os serviços que prestaram ás lettras portuguezas, o primeiro com sua Bibliotheca luzitana, e o segundo com seu Diccionario bibliographico. Entretanto este aponta a cada passo omissões daquelle; e quando assim procede, apresenta em supplemento ao primeiro volume de sua obra, o qual só abrange as lettras A e B, um volume, abrangendo as mesmas lettras, apenas.

Metade pelo menos deste supplemento é de obras que não foram mencionadas opportunamente.

Tome-se um catalogo de uma livraria qualquer, mesmo do imperio, por exemplo o da bibliotheca municipal do Rio de Janeiro, e logo nas primeiras paginas encontram-se autores portuguezes, que escreveram em Portugal, e que Innocencio da Silva não conhecia. Para o demonstrar citaria muitos nomes, como: frei Clemente de S. José, autor do Ceremonial reformado segundo o rito romano e serafico para uso dos religiosos da reformada provincia de Santo Antonio de Portugal, Lisboa, 1763; e dom João de Nossa Senhora da Porta Siqueira, autor dos Incendios de amor ou elevações e transportes d′alma na presença real de Jesus Christo e de suas veneráveis imagens. Porto, 1791.

E como estas omittiu ainda muitas obras publicadas em sua patria, em solemnidades, e em seus dias, como o Elogio funebre de s. m. o senhor D. Pedro, recitado na real capella da Lapa do Porto no dia 24 de setembro de 1842 por Antonio Alves Martins, etc. Porto, 1842, in-8.º