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conhecimentos humanos, poderia eu por ventura ler todas? E, quando todas podesse ler e apreciar, poderia traçar com exactidão uma linha de demarcação entre o bom e o mau, sem afastar-me muitas vezes da justiça? Parece-me que não; e declaro com toda a solemnidade e franqueza, que não conheço quem o possa fazer.

Declaro entretanto que exclui deste livro muitas obras que conheço, assim como seus autores.

Talvez ainda me censurem por fazer menção de ineditos, e até de alguns que se suppõe extraviados.

Não vejo motivos para que um bibliographo não dê taes noticias. Alguns, como Barboza Machado e Bento Farinha no seu Summario da bibliotheca lusitana, o têm feito. E, além de que muitos escriptos ineditos se acham em livrarias publicas e archivos, onde podem ser consultados, muitos se espera que serão publicados, e todos os dias dá-se o facto de se descobrirem, ou virem à luz da publicidade antigos manuscriptos, de que nenhuma noticia havia.

Entendi que não devia referir-me sinão a obras, que, embora publicadas sob o anonymo ou sob diversos pseudonymos, têm autor conhecido ou designado, e que devia excluir todas aquellas de que não conheço o autor, embora tenha presumpção de serem de penna brazileira, como são algumas que tenho á vista com a declaração de serem escriptas por um magistrado brazileiro, por um vigario geral, por um bahiano, etc.; embora mesmo tenha certeza de que o autor é brazileiro. Não podendo dar o autor, não dou a obra.