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— Compromettendo-se depois disto na revolução de 1824, foi obrigado para escapar á prisão, e talvez à morte, a expatriar-se, sahindo occultamente do Brazil; foi então á Inglaterra, e d'ahi á outros paizes do velho continente; de volta à patria presidiu a provincia do Rio Grande do Norte de 1833 a 1836, e desta data até 1838 a da Parahyba, e escreveu:

Compendio de geographia universal, resumido de diversos autores e offerecido à mocidade brazileira. Londres, 1824, 528 pags. — Este livro foi composto, como ficou dito, na cadeia da Bahia, como se póde ver nas « Obras politicas e religiosas de frei Joaquim do Amor Divino Caneca, colleccionadas pelo commendador Antonio Joaquim de Mello » 1° volume, pag. 15, e não na Europa como diz Innocencio da Silva, que ainda se engana attribuindo-a a um filho do autor ou confundindo e te com seu filho do mesmo nome, que foi desembargador da relação do Maranhão. Foi dada ao prelo, em Londres, quando o autor ahi refugiou-se depois da revolução de 1824.

Informações de alguns passos relativos à sua pessoa, e de seus companheiros em 1817, desembarque, condições da cadeia em que jazeram na cidade da Bahia, qualidade e modo dos alimentos, etc, — Não sei si foram publicadas estas informações, mas sei que foram ellas escriptas em 1860 a pedido do referido commendador Antonio Joaquim de Mello, quando incumbido pelo governo de Pernambuco de colleccionar as obras de frei Joaquim Caneca; vem uma parte de taes informações no 1° volume das ditas obras.


D. Beatriz Francisca de Assis Brandão — Filha do sargento-mór Francisco Sanches Brandão e de dona Isabel Feliciana Narciza de Seixas, e parenta muito proxima de dona Maria Joaquina Dorothea de Seixas Brandão, tão decantada por Gonzaga. nasceu em Villa-Rica, actual cidade de Ouro Preto e capital de Minas Geraes, a 29 de julho de 1779 e falleceu depois de 1860.

Por desejo de seus paes sua educação se limitaria ás noções das primeiras lettras, e da musica; mas dona Beatriz, aproveitando a boa vontade de um velho amigo de sua familia, aprendeu com elle a lingua franceza e a italiana; e assim preparada deu-se com toda dedicação ao estudo da litteratura, quer patria, quer das duas linguas que conhecia, mas sempre contrariada por aquelles que tambem deviam participar das gloria que alcançasse. Era socia honoraria do instituto historico e geographico brazileiro e escreveu grande somma de poesias, e mesmo obras em prosa, de que publicou :

Cantos da mocidade. Volume 1.° Rio de Janeiro, 1856, 236 pags. — Não consta que fosse publicado mais algum volume depois deste.

As commendas: poema. Rio de Janeiro.

Saudação á illm.ª e exm.ª sr.ª dona Violante Atabalipa Ximenes de Bivar e Vellasco — E' uma poesia em verso hendecasyllabo, que vem n'um livrinho de obras annunciadas por B. X. P. de Souza, a proposito das