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Conquista de Inhamuns, ou o azorrague saquarema por B. M. S. A. Ceará, 1853, 50 pags. in-4° — Versa este opusculo sobre assumptos politicos.


Benigno José de Carvalho e Cunha — Filho de José Antonio de Carvalho e de dona Feliciana Roza de Viterbo, nasceu na provincia de Traz-os-Montes, Portugal, a 27 de janeiro de 1789, mas emigrando para o Brazil em 1834, naturalisou-se cidadão brazileiro, e falleceu na Bahia pelo anno da 1849.

Sendo presbytero secular entrou na congregação da Missão, dedicandose ao estudo das linguas orientaes, precisas para o pleno exercicio de missionario; serviu alguns annos como superior do collegio de Sernache do Bomjardim, e se propunha, depois disto, a obter o grau ele doutor em mathematicas na universidade de Coimbra, na qual já estava matriculado, quando por causa dos movimentos politicos entre o partido liberal e o realista, nos quaes se envolveu, foi obrigado a deixar a universidade, refugiando-se então no Brazil, onde alcançou ser provido n'uma cadeira de conego da sé metropolitana, e exerceu o magisterio como lente de philosophia e de theologia.

O instituto historico e geographico do Brazil, a que pertencia, tendo á vista um relatorio que foi publicado na Revista trimensal em 1839, escripto por certos aventureiros que andaram á cata de ouro, e de outras preciosidade pelo interior do imperio, no qual davam noticia muito circumstanciada de uma importante cidade abandonada, por elles descoberta nos sertões da Bahia em 1753, incumbiu o conego Benigno de ir com o dito relatorio verificar o que havia, A assemblea da provincia, animada de igual empenho, votou uma quantia para auxilio das despeças necessarias, mas o conego Benigno consumiu cerca de quatro annos en explorações laboriosas e arriscadas sem nunca chegar a ver a cidade, apezar de encontrar certos indicios, como um rio, em tudo semelhante a um que vem descripto no roteiro do instituto ; e quando já se suppunha perto do termo feliz de suas explorações, foi obrigado a vir á capital, d'onde não sahiu mais.

Escreveu:

A religião da razão ou harmonia da razão com a religião revelade. Bahia, 1837-1840, 2, vols. — Esta obra foi offerecida ao arcebispo dom Romualdo Antonio de Seixas.

Memoria sobre a situação da antiga cidade abandonada, que se diz descoberta nos sertões da Bahia por certos aventureiros, em 1753, na conformidade da relação por elles escripta, e publicada pelo instituto historico em 1839, e segundo as observações por mim feitas e informações que colhi na minha viagem a Valença a 4 de fevereiro de 1841 — Sahiu na Revista do instituto, tomo 8°, pags. 197 a 203. A respeito desta cidade, e das pesquizas que fez o autor para o descobrimento della, ha: um artigo escripto pelo doutor Ascanio Ferraz da Motta, publicado no Musaico sob