Página:Diccionario de botanica brasileira.djvu/137

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��Haiti) que Christovo Colombo acabava de descobrir.

Miguel Balestro foi o primeiro que conseguio inventar um apparellio para espremer-lhe o sueco por meio de moen das, e Gonalo de Vellosa tambm foi O primeiro qne conseguio fabricar as- sucar.

A industria da fabricao do assucar prosperou de modo, que os palcios de Madrid e Toledo, fundados por Carlos V, foram construdos com o producto dos direitos de entrada do assucar de S. Do-

��mingos.

��Esta cultura, propagada em diferen- tes pontos do continente americano, adquirio muita importncia no Brasil.

Foi em consequncia d'essa impor- tncia, que os portuguezes exerceram uma espcie de monoplio no abaste- cimento da Europa, durante o fim do XVI sculo.

Lisboa deveu a esse trafico, reunido ao commercio da ndia, a epoclia de seu maior explendor. ^

Diversas causas concorreram para remover este manancial de riqueza.

Portugal cabio sob o dominio da Hespanha, e os estabelecimentos das outras naes da Europa, faltando-lhes consumidores para o tabaco e outros productos, comearam a fabricar assu- car em grande escala, e fizeram to terrvel concurrencia, que o preo bai- xou de modo a diminuir considera- velmente a produco.

At ento na verdade a cultura da Canna se tinha conservado nas grandes Antilhas sujeita aos hespanhoes, porm com to pouca importncia que, quando em 1656 os inglezes se assenhorearam da Jamaica, no encontraram alli mais de trs engenhos.

Em Barbadas principiou-se a expor- tar assucar em 1646, e os habitantes se mostraram to activos, que trinta annos depois elles exportaram perto de sessenta mil toneladas.

A exportao da Jamaica cresceu proporcionalmente ,

Entretanto em ambas estas ilhas,]

��at 1641, apenas se cultivava tabaco, gengibre e algodo .

Algumas plantas de Canna, que seus habitantes mandaram buscar ao Brasil n'esse anno, foram cultivadas com to fe- lizes resultados, que o assucar exportado excedia em 1770 s necessidades do con- sumo da Gr Bretanha.

O commercio das Antilhas foi nos pri- meiros tempos franco para todas as na- es.

Essas paragens ero principalmente visitadas pelos hollandezes, cuja mara- vilhosa actividade os faz correr para qualquer parte, onde ha algum lucro aproveitar.

Em consequncia da barateza de seus fretes, de sua probidade e pontualidade, os hollandezes obtinham a preferencia dos transportes, mesmo dos negociantes inglezes.

O commercio passava insensivelmente para as suas mos, com excluso das ou- tras potencias martimas.

A declinao da sua navegao e com- mercio, e certas questes politicas irri- tantes, deram origem na Inglaterra ao famoso acto de navegao, posto em vigor no 1." de dezembro de 1651, cujas estipu- laes geraes ero inteiramente dirigidas contra a nao hollandeza.

Em 1654 Cromwel terminou os actos de hostilidade, a que deu origem o acto de navegao, por meio de um tratado, sem todavia o derogar.

Em 1660 esse acto foi renovado e con- firmado por Carlos II. Muitos publicistas o consiaeraram como a causa principal do augmento do poderio inglez, politica e commercialmente.

No aqui lugar de discutir essa ques- to, que alis parece decidida pela mo- derna derogao d'esse famoso acto de navegao, e da promulgao do trafico livre.

Esse systema prohibitivo, que durou por to longos annos , foi imitado por todas as naes da Europa ; porm no obstante uma legislao severa, que assegurava a cada metrpole o commercio de suas colnias, a pro-

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